segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Das mulheres que só dizem sim

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Tentavam várias fantasias para dar emoção ao casamento que já durava oito anos. Ela já se vestira de colegial, garçonete, enfermeira... entretanto, a que ela mais gostava era a de prostituta. Não só por tudo que a fantasia permitia sem que o marido a julgasse, mas porque ela, secretamente, tirava a fantasia somente dias depois. Nas noites de reuniões intermináveis do marido no escritório, ela se prostrava em uma esquina qualquer e saía com desconhecidos. Não se permitia repetir clientes, por isso sempre fazia ponto em uma esquina diferente. Cobrava valores muito baixos, arrancando olhares surpresos dos pagantes. Gostava de se sentir uma puta barata.

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Ouvindo Quarto de Dormir, Arnaldo Antunes.

13 comentários:

Mila disse...

Pelo prazer de ser puta mesmo!
Acho que só cobra barato para não ser vagabunda, que dá de graça.
Gostei!
rsrs
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Babacas são como os canalhas: toda mulher tem que passar por um.
rs
Uma vez eu li um texto sobre os tipos de homens indispensáveis na vida de uma mulher. Os tipos que talvez nem façam bem, mas que TEMOS que experimentar.
O gostoso, o culto, o engraçado, o babaca, o canalha...
Ainda me faltam alguns para completar a coleção. rsrs

Samantha Abreu disse...

Demais!
esse é dos meus!
Lindo, querida!


um beijo

Anônimo disse...

Uau, forte, hein, menina?
Por que será que ela gostava disso?
Não consigo entender muito bem os motivos que levam uma mulher a vender o próprio corpo, mas respeito cada pessoa que faz disso um lazer ou uma profissão.

Se alguém reparou a relação entre a caixa e a Pandora, não falou nada...

Beijos.

Bárbara Lemos disse...

Acho que virei fã dessa mulher... não é escrava dos desejos, mas faz dos desejos seus escravos. Sexy demais.
Adorei, menina. :)

Beijo meu.

Edu Guimarães disse...

Será que só no sexo se pode descobrir como realmente uma pessoa é? Quando as palavras mais chulas, mais fortes, são combustíveis pro tesão?

Como homem, a dúvida que fica é: Quantas gostariam de estr no lugar dela? rs

BeiJô!

Luana! disse...

Pensei em uma coisa, quando li o título e, agora, penso em outra mais titubeante.
Não no 'sim', no 'não' ou no 'talvez'. Mas no querer é poder. Nesse caso, ela quer e pronto. Deixa um lado uma sociedade banal e burocrática e busca outra banalidade mais pura. Pura, qdo eu digo, de prazeres...

É...ela satisfaz seus próprios prazeres. Caramba! Que doido! Pirei com esse textículo...

fjunior disse...

este me lembra Nelson Rodrigues... muito bom...

Camila... disse...

Diante de um texto deste é melhor não dizer nada, visto que os desejos mais secretos podem ser revelados... rsrs

Mais um pra seção que faz o sangue esquentar. Muito bom.

Beijos, querida!

Johny Farias disse...

A vida como ela é, e meu destino é pecar...grande Nelson.

Você é ótima também, admiro
bravamente mulheres que vomitam
no papel aquilo que sentem.

Bem picante teu texto.

Beijo's

Critical Watcher disse...

Minha cara Jô...
Tudo bem?
Estou passando aqui pra dizer que lhe indiquei a um prêmio. Passa lá em meu blog. Beijos!

Morganna disse...

ela é corajosa. :]

Anônimo disse...

teu blog é carnal, surpreendente, tocante, vibrante...
mesmo que leitores como eu, sintam-se tão distantes dos personagens, é gostoso de ler histórias que provoquem a curiosidade do que está por vir, mesmo que choque, mesmo que não se compreenda. é a vida não é. que seria ela, por exemplo, se todas as mulheres fossem e pensassem iguais?
cada cabeça, uma sentença.
eu não julgo, mas não aplaudo.
só a autora, que tem talento suficiente para saber instigar.

Anônimo disse...

só posso dizer uma coisa: puta que pariu! hahaha