sexta-feira, 28 de junho de 2013


Ela já não suportava mais desilusões amorosas. Sabia não ter resistência para fins tristes, porém reconhecia que tudo que é muito bonito acaba mal. É uma questão de proporção. Estivera bem nos últimos anos em sua zona de conforto, que fazia jus ao nome. Até que ele apareceu, sem fazer promessas explícitas, mas prometendo o mundo, veladamente. Apresentou-a a toda a família. As mensagens periódicas afirmando que lembrara dela por algo bobo.As fotos a cada duas horas. As mãos dadas, sempre por iniciativa dele, nos ambientes comuns. Não procurara nada daquilo, ele apenas viera até ela, como o terceiro de Terezinha, de Chico. E agora ia embora sem olhar pra trás, sem motivo aparente, dizendo ser cedo, que as coisas estavam caminhando depressa demais. Ela inventou 11 palavrões  especialmente para ele, entretanto decidiu segurar a indignação para não bancar a desequilibrada. Viu mais um dos homens de sua vida escapar-lhe entre os dedos e desta vez resolveu que não lutaria, não choraria, nem cairia em depressão. A vida continua, afinal, e isto ela já havia aprendido. Por fim, decidiu que investiria alto no conforto da sua zona de conforto, já que voltaria a morar lá.