domingo, 21 de outubro de 2007

Autismo

Olhando o blog agora, vi que ele é uma materialização do meu autismo. Quando penso que superei a minha timidez em exibir os meus textos (com histórico até de incineração), eu crio um blog que fica num cantinho escuro, sem aviso de sua existência a quase ninguém.

Aprendi com Martha Medeiros a ter pânico de obras póstumas. Você escreve algo sem a menor pretensão, morre e alguém, que sabe-se Zeus de onde veio, acha que aquilo é digno de ir para uma editora. Para evitar esse tipo de situação, queimei. Hoje não tenho coragem. É fascinante reler um texto escrito tempos atrás. Não me reconheço neles. Não mais. Mas um dia fui eu. E isso é memória. O que faço hoje é reescrevê-los. Ou continuá-los.

Estou relendo Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca. Violento, sagaz, intrigante. Recomendo. Li-o pela primeira vez aos 16 anos. Hoje, sete anos depois, para mim é outro livro. O mesmo vale para os textos pessoais. Quem sabe em sete anos eu ria do que escrevi aos 23...

3 comentários:

Anônimo disse...

VI SEU BLOG RECOMENDADO EM ALGUM OUTRO E VIM DÁ UMA CONFERIDA.TNHO LIDO TANTA COISA LEGAL QUE ATE DA VONTAD D TER UM PRA MIM TB.GOSTEI MT DO SEU.PARABÉNS.VOU APARECER DENOVO.

disse...

Moço, como vc não deixou nenhum contato, email, nada... tenho que responder por aqui mesmo. Obrigada pela visita e volte quando quiser. À vontade. Bjs.

Mila disse...

Outro dia me perguntaram sobre o que eu sinto quando leio coisas que escrevi tempos atrás.
Sinto muita coisa, mas na maioria das vezes dou risada do quanto mudei, das coisas que eu era e pensava e, hoje, nem de longe lembram o que sou.
Gostei da sua definição: é memória.

=)