quinta-feira, 5 de abril de 2012

Dos tratados de amor que se transformam em bilhetes de despedida



Revirando pastas antigas de meu e-mail, encontrei nossas memórias do tempo em que trocávamos carícias em palavras. Encontrei também o pesar crônico que você sempre teve orgulho de estandartizar. Seu sofrimento está expresso em cada pronome, em cada artigo indefinido. E isso me feria tanto que me perguntei diversas vezes se você não superaria nunca aquela perda. Percebi então que os primeiros e-mails eram enormes, praticamente tratados. Depois de alguns meses, meras linhas apressadas, sem conteúdo e carregadas de desculpas para justificar o eco que elas faziam em si mesmas. Assim como nós.
Não fiquei nostálgica, fiquei apenas enraivecida, porque o fim de qualquer amor é irritante.
Decidi não criar mais diretórios para amores pequenos e fracassados. Incluiria todos na pasta Diversos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Amores pequenos nem são amores, tudo que é passageiro não pode ser considerado amor, apesar que sempre chamamos de amor no romance da vida, estes, deleto de minha vida. O importante é tentar ser feliz, quando não deu, não era para ser. Adorei seu cantinho e tudo que escreves. Beijos.

Gabriela Marques de Omena disse...

Revirar velhos e-mails machuca. Deixo-os lá quietinhos, sem cutucá-los, para que estes, assim, não me cutuquem velhas feridas ainda mal cicatrizadas.
Sofrer por amor não tem prazo. Ainda que faça anos, se remexermos em velhas lembranças, elas doem.
A dor não diminui conforme o tempo, ela apenas se aquietam, para que nossa teimosia as acorde mais tarde.


Beijo doce!
Ótima semana pra você.
Fico por aqui.
Adorei sua visita no meu blog!
Volte sempre!

Telma Monteiro disse...

Por que nessas horas as histórias sempre se reconhecem?

Vanessa Raiol disse...

incrivel como percebemos o final de uma historia quando percebemos que as palavras não sao mais quentes e sim vao esfriando até congelarem de vez.