quinta-feira, 26 de abril de 2012

Inspiração


                                                                                             At the Concert (Renoir)

Olhava o mundo com um ar tão blasé que parecia ser uma personagem de Renoir. Era uma incrédula. E uma indignada, apesar de tudo. Não acreditava em promessas, em juras de amor. Tudo soava falso, ensaiado. Só a arte tinha o poder de remexê-la. Até que conheceu um artista. Apaixonou-se. Acreditou que ele era a representação humana da arte. Talhado sob encomenda. Cada tela que ele pintava era um suspiro apaixonado que ela soltava. Chegou até a crer na eternidade, quem diria. E só se apegava a isso porque não imaginava um fim para tamanha perfeição. Era tão perfeito que parecia surreal. Um Dalí, decerto. Os relógios escorridos passaram a ser uma realidade, pois o tempo passou e ele encontrou outra musa para inspirar sua arte. E ela voltou para seu velho e roto Renoir, até que algum Van Gogh viesse arrancá-la novamente de lá.

4 comentários:

Anônimo disse...

Me senti vendo a vida por uma tela de Modigliani.

Jessica Moraes disse...

arte é tudo.

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga

Passando
para cultivar
a amizade...

Que os sonhos te acompanhem sempre.

Nilson Barcelli disse...

Adorei o teu passeio pelos pintores, do Dali ao Van Gogh, dos quais gosto muito.
O texto é excelente, é mesmo uma inspiração...
Jô, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijinhos.