segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Das correspondências extraviadas


Querido,

Chamo-o de querido por elegância, porque nem sequer um palavrão você merece. Não sei se o pior é você, que tem esse dom macabro de iludir com todo seu discurso bem articulado ou se eu, que mesmo com minha intuição gritando histericamente, acreditei em cada palavra. Suas verdades de fundo de copo são tão clichês que só mesmo uma mulher apaixonadamente burra para não notar que tudo aquilo não passava de uma fórmula sem criatividade e sem o menor pudor em ser lugar-comum. Mas eu aprendi. Entre uma lágrima e outra, entre um soluço e outro, entendi. E você? O que levará de tudo isso além da sua vaidade e egocentrismo crônicos? A diferença entre nós é que eu saí diferente dessa história e você saiu exatamente igual: o mesmo pretensioso e arrogante que acha que com um sorrisinho de canto de boca e uma barba por fazer consegue tudo. Continue pensando assim e me dê o prazer de ver o fiasco que sua vida amorosa será. Espero realmente que você continue sendo o que é, afinal, eu não poderia desejar nada pior.

Agora sim, definitivamente, adeus.

4 comentários:

Vanessa Raiol disse...

amei.

Fear Itself disse...

Nossa, não sei se possuo palavras para descrever a grandeza de tais palavras, é de um significado profundo e verdadeiro. Infelizmente identifiquei-me com algumas caracteristicas ( rs ), mas confesso....Surpreendente.

Vou seguir o blog, beijos.

Mila disse...

Porque o que acabou, deve mesmo ter um fim. Sempre.

Benjamim e o seu jardim disse...

Cartas... Cartas e blogs: uma mistura explosiva! rs