Tive um aborto espontâneo. Abortei os amores mal resolvidos, os desamores, as mágoas guardadas nas gavetas do armário. Assim, sem aviso. O mais impressionante: não houve dor nem tristeza. Apenas uma sensação de leveza e bem estar. A culpa e o arrependimento saíram junto com aquela massa viscosa e sangrenta. Olhei para ela, ali, no chão, imóvel, como quem olha para um animal do qual não se gosta. Asco, apenas isso. Asco e alívio. Agora sei porque sempre fora a favor do aborto.
7 comentários:
Esse tipo de aborto eu sofro em vários momentos. Vivo expelindo, de maneira natural, o que faz morada indevida dentro de mim. É ótimo, quase um voo livre, sem barreira.
Beijos
Queria fazer isso também... Abortar as lembranças ruins e fazer nascer o feto do desapego aqui dentro! ehehe
Jô!
Você é incrível:diz tudo em poucas palavras!!!
Este aborto é um renascimento!
Um beijo,com admiração!
Sonia Regina.
Preciso urgentemente abortar alguns passados, pesos mortos que andam atrapalhando meus passos... Sem dor nem tristeza - como você. Sem olhar pra trás.
Admiro-te... ou invejo-te? Rsrs
Bjs
Ah! Mt obrigd pelos coments q sempre deixa no Curtas Cinematográficas.
Conhece já o Lectus (lectusexlibris.blogspot.com)?
Gostaria de postar uns 2 ou 3 textos teus no Benjamim e o Seu Jardim. Você permitiria? Citarei a fonte maravilhosa.
Engraçado como a palavra aborto é forte, não? Mas não é mais forte do que o sentimento de possuir, guardar algo que não deseja, que não serve, que te faz mal. Confesso que cultivo algumas coisas escondidas dentro das gavetas, algumas coisas que me fazem mal, outras que fazem bem.
Um dia escrevo sobre minhas gavetas, rs.
Bjs!
Jô, parece que você se purificou, com uma simples e difícil decisão, viver bem, estar bem.
Aproveito a sorte de estar aqui em seu blog e lhe convido para opinar em meu trabalho que já dura quase três meses (O Diário de Bronson).
Abraço do Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com
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