sábado, 27 de abril de 2013

Dos Diálogos Memoráveis XXI



Conte-me, quando volta a escrever?
- Outro dia até que comecei a rascunhar um texto, mas não passou disto. Apaguei-o, não gostei.
A inspiração me abandonou, moço.
E o que a inspirava naquele tempo?
- Algum romantismo que me restava, talvez.
No sentido artístico da palavra ou uma relação com outrem?
- Na verdade em relação à vida, de modo geral.
E o que houve pra perder esse momento?
- Nada em específico, acredito que a maturidade atropelou meus romantismos e eles já estavam mortos quando o socorro chegou.
-  Determinação mais legal! Vou escrever sobre isso, talvez.
- Escrevamos.

sábado, 13 de abril de 2013

Dos diálogos imaginados


- Como podemos ser tão parecidos e tão diferentes?
- Não é bom que seja assim?
- Mas faz sentido?
- Precisa fazer?
- Por que você sempre me responde com outra pergunta?
- Porque as respostas não existem. Pronto, uma afirmação, para acalmar seu coração adepto da exatidão.
- Porém uma resposta evasiva.
- Verdadeira, entretanto.
- Não me acostumo com isso.
- Com isso o quê?
- Você é escorregadio demais.
- Me abrace e diga que me quer, eu fico.
- Este é o problema: nem sei se quero que você fique.
- Se você não quisesse, teria certeza. A dúvida já diz que quer.


Ela esboçou um sorriso triste e se deu conta de que ainda não havia feito as compras para o jantar. Abandonou seus pensamentos e foi cuidar do ordinário, já que o extraordinário só acontecia em seus pensamentos.